Advogada de Mc Poze morre após lipoaspiração: Família acusa negligência médica
Na trágica madrugada de sábado, Silvia de Oliveira Martins, advogada do famoso rapper Mc Poze, perdeu a vida após submeter-se a uma lipoaspiração. A família da vítima está agora apontando o dedo para a cirurgiã responsável, Geysa Leal Corrêa, alegando que ela ignorou resultados preocupantes de exames de sangue. Esses resultados indicavam níveis elevados de substâncias relacionadas à inflamação do organismo, que, segundo os familiares, deveriam ter desaconselhado o procedimento cirúrgico.
A situação é ainda mais complicada devido ao histórico de procedimentos realizados pela médica em Silvia, incluindo uma lipoaspiração anterior, o que havia gerado confiança na sua capacidade profissional.
Adriana Macena, cunhada de Silvia, relata que a cirurgia ocorreu na madrugada de sábado, e no mesmo dia, a advogada recebeu alta e retornou para casa. Foi lá que ela confrontou a médica sobre os resultados dos exames de sangue. No entanto, a resposta de Geysa foi tranquilizadora, afirmando que as taxas elevadas não eram motivo de preocupação.
Adriana, que é enfermeira, explicou que as alterações nos exames indicavam níveis elevados de VHS e PCR, indicando um quadro inflamatório. Esses resultados, embora possam ser causados por resfriados ou gripes, deveriam ter sido suficientes para que a médica desistisse da cirurgia. No entanto, Silvia e sua família confiaram na opinião da médica de que a lipoaspiração não apresentava riscos significativos.
A tragédia se desenrolou quando Silvia, já em casa, começou a sentir falta de ar e dores intensas no peito. Após um telefonema angustiante para Adriana, ela foi levada às pressas para o hospital e diagnosticada com embolia pulmonar bilateral. Infelizmente, esse diagnóstico revelou-se fatal, deixando a família arrasada e lançando dúvidas sobre a conduta médica no caso.
Em um comunicado à imprensa, o advogado de defesa da Dra. Geysa Leal Corrêa, Lymark Kamaroff, expressou pesar pela morte de Silvia e enfatizou que não existe um vínculo causal entre a complicação enfrentada pela paciente e a atuação da Dra. Geysa. Ele ressaltou que a médica sempre seguiu procedimentos diligentes, aderindo aos padrões recomendados pela boa prática médica. Kamaroff lamentou que intercorrências cirúrgicas, embora raras, possam ocorrer.
O advogado também destacou que todas as pacientes da Dra. Geysa assinam um termo de consentimento, reconhecendo a possibilidade de ocorrência de eventos adversos, como complicações ou intercorrências durante o procedimento cirúrgico. No caso de Silvia, essa foi sua terceira intervenção cirúrgica com a Dra. Geysa, sendo as duas anteriores realizadas em 2019 e 2020, respectivamente.
Kamaroff assegurou que Silvia recebeu informações completas sobre os riscos e benefícios da cirurgia, bem como sobre quaisquer limitações associadas ao procedimento. Ele ressaltou que a paciente foi acompanhada de perto pela médica e sua equipe em todas as fases da cirurgia, recebendo cuidados e orientações adequadas.
O comunicado também mencionou um episódio anterior envolvendo a Dra. Geysa, no qual o Ministério Público do Rio a denunciou pela morte de outra paciente em decorrência de complicações após uma hidrolipo, uma lipoaspiração com enxertia. Em junho do ano corrente, a médica foi condenada por crime culposo, onde não há intenção de matar, com a imposição de uma pena de restrição de direitos. A decisão levou em consideração a primariedade da ré, as circunstâncias favoráveis e a natureza do crime cometido, que não envolveu violência ou grave ameaça.
Foto: Reprodução / Instagram