Presidente do PT Esclarece Comentários Sobre a Justiça Eleitoral e Critica Orçamento Desigual em Encontro no Recife
A presidente do Partido dos Trabalhadores (PT), Gleisi Hoffmann, esclareceu seus comentários anteriores sobre a Justiça Eleitoral e enfatizou a importância da crítica construtiva durante um evento em Recife nesta sexta-feira (22). A declaração ocorreu após uma polêmica na qual ela sugeriu que “algo estaria errado” no fato de o Brasil ser o único país a ter um sistema de Justiça Eleitoral constituído. Hoffmann estava na cidade para participar de uma reunião de articulação do PT para as próximas eleições e concedeu uma entrevista coletiva.
A líder do PT esclareceu: “Eu não pedi o fim da Justiça Eleitoral. Eu fui mal compreendida. Eu fiz uma crítica muito dura à Justiça Eleitoral, à equipe técnica da Justiça Eleitoral. Qualquer instituição é passível de sofrer crítica, é saudável. Não pode ficar a crítica ácida apenas em cima dos partidos.”
As declarações iniciais de Gleisi Hoffmann foram feitas durante uma reunião da comissão especial que analisa a PEC 9/2023, conhecida como a PEC da Anistia, na Câmara dos Deputados. Na ocasião, ela expressou preocupação com as multas aplicadas aos partidos que não cumpriram a cota de gênero nas eleições anteriores, afirmando que os valores estabelecidos não eram exequíveis.
A presidente do PT destacou a necessidade de considerar a desproporção entre o orçamento dos partidos políticos e o Tribunal Superior Eleitoral (TSE): “Eles vão fazendo as regras e sempre criticam os partidos. Hoje o orçamento do TSE é de 10,7 bilhões, o orçamento para distribuir entre os partidos é de 1,2 bilhão. A gente tem que olhar isso. Tem uma coisa que não está bem medida e foi essa a crítica que eu fiz, senão fica só em cima dos partidos, como se os partidos fossem a coisa mais errada do processo.”
Hoffmann também defendeu a aplicação de multas políticas em vez de multas pecuniárias, propondo uma correção para as vagas quando não forem eleitas mulheres: “Tem que ter multa política. Ao estabelecer que nós vamos ter 20% das cadeiras para as mulheres, isso quer dizer que, em situações onde não se eleger mulher, cai um homem eleito e entra a mulher mais votada da mesma chapa. Eu acho que isso é uma correção para as vagas e não só a pecuniária.”
Os comentários iniciais de Gleisi Hoffmann geraram uma reação do presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Alexandre de Moraes, que repudiou as afirmações, classificando-as como “errôneas” e “falsas”.
Foto: Paulo Sérgio / Câmara dos Deputados