Um movimento estratégico visa fortalecer o Fundo de Desenvolvimento do Nordeste, um dos principais instrumentos de atuação da Sudene, através de um possível aporte financeiro dos Brics. A Comissão de Financiamentos Externos (Cofiex) emitiu uma resolução autorizando a preparação de um projeto a ser apresentado ao New Development Bank (NDB), visando a capitalização dos fundos regionais, que incluem o FDNE, Fundos de Desenvolvimento da Amazônia (FDA) e do Centro-Oeste (FDCO).
O Governo Federal, representado pelo Ministério da Integração e Desenvolvimento Regional e pela Sudene, tem como meta obter US$ 500 milhões do NDB para financiar obras de infraestrutura no país. O ministro Waldez Góes destacou que essa quantia ultrapassa a disponibilidade financeira dos três fundos para o ano corrente. Durante uma reunião do Conselho Deliberativo da Sudene, Góes ressaltou o compromisso do governo Lula com o desenvolvimento regional, indicando a importância do financiamento de grandes projetos de infraestrutura através dos fundos regionais.
O Fundo de Desenvolvimento do Nordeste (FDNE) desempenha um papel crucial como fonte de financiamento para projetos de infraestrutura, oferecendo taxas de juros mais atrativas em comparação com outros bancos de fomento. O superintendente da Sudene, Danilo Cabral, projeta um aporte de R$ 1,1 bilhão para o FDNE em 2024, ressaltando a relevância do fundo na viabilização de projetos de energia renovável na região. A coordenadora-geral de Fundos de Desenvolvimento e Financiamento, Cláudia Silva, destaca que a maior parte dos projetos aprovados recentemente pertence ao setor de energia renovável.
Waldez Góes observa que o último aporte de recursos no FDNE ocorreu em 2016, por meio do Orçamento Geral da União (OGU), e destaca a necessidade de aumentar a capacidade de financiamento desses instrumentos para evitar sobrecargas nos fundos constitucionais. Além disso, ele destaca o crescimento real do Fundo de Financiamento do Nordeste (FNE), outro instrumento da Sudene, como um indicativo do compromisso do governo Lula com a região.
Diante desse contexto, a iniciativa de buscar financiamento dos Brics demonstra uma estratégia alinhada ao desenvolvimento regional, reforçando o comprometimento do governo com a viabilização de projetos que impulsionem a infraestrutura e o crescimento sustentável no Nordeste e em outras regiões do país.
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