Explorando as Diferenças entre Samba e Pagode: Uma Conversa com Claudia Alexandre
Em meio a uma festa animada ao som de samba e pagode, muitos já se perguntaram se esses gêneros são similares ou distintos. Para esclarecer essa questão, a equipe deste portal conversou com Claudia Alexandre, renomada comentarista de escolas de samba em São Paulo, que ofereceu insights valiosos sobre o assunto.
Claudia começa explicando que o pagode é, de fato, uma vertente do samba. “O samba não se limita a ser apenas um gênero musical; é um tronco que abrange diversas expressões, como ritmo, dança, música e religião, com variantes que incluem o pagode, este último não sendo apenas um estilo”, esclarece a comentarista.
Ela contextualiza a origem do pagode, inicialmente uma roda de samba ao redor de uma mesa. No entanto, no final dos anos 1980, essa ramificação do samba ganhou popularidade, tornando-se uma indústria musical com características próprias, como composições preferencialmente românticas e a formação de grupos.
A história dos gêneros musicais também é abordada por Claudia, que menciona o primeiro samba registrado, “Pelo Telefone”, de 1916. Ela destaca que ao longo das décadas surgiram diferentes estilos e intérpretes, influenciados pela indústria e pela mídia. O pagode, como gênero musical comercializado, só entra em cena no final dos anos 80.
Além do pagode, Claudia menciona outras ramificações do samba, como o choro, um estilo instrumental, e o samba de gafieira, que é mais uma dança do que um gênero musical em si.
Sobre as variações do pagode, Claudia ressalta que houve uma diversidade de estilos artísticos dentro desse gênero, incluindo vertentes românticas, de raiz, partido-alto, rap, entre outros, exemplificando com grupos como Negritude Junior e Art Popular, que, embora dominantes na cena do pagode, exploravam diferentes ritmos em seus trabalhos.
Por fim, Claudia critica a falta de representação feminina no pagode dos anos 90, embora tenha observado mudanças positivas nos últimos anos, com um aumento significativo de talentos femininos emergentes tanto em grupos quanto em carreiras solo.
Com essas reflexões, Claudia Alexandre oferece uma visão esclarecedora sobre as nuances entre samba e pagode, destacando suas origens, evolução e diversidade, além de apontar para uma mudança gradual rumo à igualdade de gênero na cena musical.
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