Uma paralisação de advertência dos policiais civis de Pernambuco impactou significativamente os serviços prestados à população. De acordo com informações obtidas pela nossa equipe, os registros de Boletim de Ocorrência (BO), ouvidas, investigações e expedições de laudos estão temporariamente suspensos, enquanto apenas os serviços de flagrantes em delitos e violência doméstica, além do Instituto de Medicina Legal (IML), continuam operando normalmente.
A decisão de paralisar por 24 horas foi tomada em assembleia realizada pelo Sindicato dos Policiais Civis de Pernambuco (Sinpol-PE), na noite de terça-feira (2), em resposta à rejeição da proposta de reajuste salarial escalonado oferecida pelo Governo do Estado. Áureo Cisneiros, presidente do Sinpol-PE, destacou as condições precárias enfrentadas pela categoria, incluindo falta de efetivo e estruturas inadequadas, além de salários considerados os mais baixos do país.
Segundo Cisneiros, a situação é crítica, com mil inquéritos de homicídios paralisados devido à falta de agentes. Ele criticou a disparidade entre as promessas de investimento em segurança pública e a realidade vivenciada pelos policiais, enfatizando que até o momento nenhum dos bilhões anunciados para a reestruturação da segurança pública foi efetivamente utilizado.
O Sinpol-PE também denunciou a situação de precariedade de algumas delegacias ao Ministério Público de Pernambuco, buscando medidas urgentes para interditar unidades como as de Plantão do Cabo de Santo Agostinho, Belém de Maria e Caetés, devido a problemas estruturais que afetam tanto a higiene quanto a saúde pública.
Em resposta às demandas, o Governo de Pernambuco, por meio da Secretaria de Administração (SAD), afirmou ter realizado diversas reuniões com representantes dos policiais, onde foram discutidas propostas de reajuste salarial para os próximos anos, garantindo que nenhum servidor terá perdas salariais durante o período. Além disso, destacou a realização de um concurso público para preenchimento de 445 vagas na Polícia Civil e os investimentos previstos no plano estadual “Juntos Pela Segurança”, que inclui a compra de novas viaturas e outros recursos para fortalecer a infraestrutura da segurança pública em Pernambuco.
A paralisação dos policiais civis reflete um impasse significativo nas negociações entre a categoria e o governo estadual, deixando em evidência as condições de trabalho insatisfatórias enfrentadas pelos profissionais responsáveis pela investigação e combate à criminalidade no estado.