Petrolina: Uma História de Origens Imperiais a um Centro do Progresso Sertanejo
No século XIX, nas margens do majestoso Rio São Francisco, ergueu-se uma localidade que posteriormente se tornaria um ponto vital para o desenvolvimento do interior do Brasil. Seu nome foi uma homenagem ao então Imperador Dom Pedro II e sua esposa Dona Leolpodina. Originalmente denominada “Passagem de Juazeiro” devido à sua proximidade com a cidade de Juazeiro, na Bahia, esta região desempenhava um papel crucial na conexão das regiões sertanejas dos estados do Piauí, Ceará, Bahia, Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo.
Com o tempo, pequenos grupos de pessoas começaram a se estabelecer neste local, dedicando-se principalmente à pesca e à agricultura para subsistência. Em meados de 1858, Frei Henrique, um Frade Capuchinho em missão nas Santas Missões, lançou a pedra fundamental de uma capela que mais tarde se tornaria a Igreja Matriz. Um evento marcante ocorreu quando a imagem de Nossa Senhora dos Anjos, trazida de Santa Maria da Boa Vista, chegou em uma festiva procissão fluvial.
Através da Lei nº 530, de 07/07/1862, a Passagem de Juazeiro foi elevada à categoria de freguesia e recebeu o nome de Petrolina, em atendimento ao pedido do Bispo Dom João da Purificação. O Padre Manoel Joaquim da Silva foi nomeado como o primeiro vigário de Petrolina. Em 18 de maio de 1870, pela Lei nº 921, Petrolina foi elevada à categoria de Vila e instalada oficialmente em 18 de agosto de 1870. Em 5 de junho de 1878, pela Lei nº 1444, a Comarca de Petrolina foi criada e instalada em 1881 pelo seu primeiro Juiz de Direito, Dr. Manoel Barreto Dantas.
O primeiro Prefeito de Petrolina foi Manoel Francisco Souza Junior, tendo como Sub-Prefeito o Sr. Febrônio Martins de Souza. Manoel Francisco Souza Junior entrou para a história de Petrolina como um dos principais defensores da Emancipação Política do Município, iniciando seu mandato em 25 de abril de 1893. Em 28 de julho de 1895, pela Lei nº 130, a sede municipal foi elevada à categoria de Cidade e oficialmente instalada em 21 de setembro do mesmo ano, com a posse do segundo Prefeito, Agostinho Albuquerque Cavalcanti.
Ao longo dos anos, prefeitos como José Crispiniano Coelho Brandão, Francisco de Albuquerque Cavalcanti, Agostinho Albuquerque, Clementino de Souza Coelho, Souza Filho (Primeiro Deputado), Monsenhor Ângelo Sampaio, João Ferreira da Silva, João Ferreira Gomes e outros se empenharam na construção e no desenvolvimento da cidade. No entanto, a ligação entre Petrolina e Juazeiro ainda dependia de barcos e velas para atravessar o rio, tornando o movimento entre as duas cidades lento e desafiador, já que nenhuma ponte havia sido construída até então.
Em 1915, um marco importante para o progresso da região foi a fundação do jornal “O PHAROL” por João F. Gomes, que se tornou um defensor dos interesses coletivos e do progresso regional. Em 1919, a construção da Estrada de Ferro Petrolina-Teresina, posteriormente incorporada à Viação Férrea Federal Leste Brasileiro, começou a conectar a região, embora tenha sido interrompida antes de chegar a Teresina, no Piauí. Mesmo assim, esse pequeno trecho de via férrea desempenhou um papel crucial no desenvolvimento comercial da região.
Em fevereiro de 1923, a Estação Férrea de Petrolina foi inaugurada, e os trabalhos na via ferroviária no território piauiense entre Paulistana e Conceição foram retomados após uma longa pausa. O progresso da cidade também foi impulsionado pela criação da Diocese em 1924, com Dom Antonio Maria Malan como seu primeiro Bispo. Este evento marcou um passo significativo para o desenvolvimento de Petrolina, trazendo um Bispo de origem francesa dedicado ao sacerdócio.
Outro nome que Petrolina jamais esquecerá é o de Nilo de Souza Coelho, que se tornou Governador de Pernambuco, Senador da República e até Presidente do Congresso Nacional. Nilo Coelho foi um exemplo de luta e coragem na busca por melhores condições de vida para a população sertaneja. Hoje, um memorial em Petrolina homenageia a vida deste ilustre filho da cidade. Assim, a história de Petrolina se entrelaça com a determinação e a dedicação de muitos, que ajudaram a transformar esta cidade em um centro do progresso sertanejo, conhecida como “ENCRUZILHADA DO PROGRESSO”.