O polimetilmetacrilato (PMMA) é um componente utilizado em diversos contextos, desde lentes de contato até preenchimentos estéticos. No entanto, seu uso em procedimentos estéticos invasivos tem gerado preocupações devido a complicações graves, incluindo casos de infecção generalizada e até morte.
No Brasil, o PMMA destinado ao preenchimento subcutâneo precisa ser registrado na Anvisa como um produto de classe IV, de alto risco. Esse registro envolve uma análise técnica rigorosa para garantir a segurança dos pacientes. A substância é indicada principalmente para corrigir lipodistrofia (concentração anormal de gordura) associada ao HIV/aids e para procedimentos de correção volumétrica facial e corporal.
A quantidade de PMMA usada varia conforme a aplicação. Por exemplo, em casos de atrofia facial por HIV/aids, podem ser necessários de 4 a 12 mililitros por lado do rosto, enquanto para atrofia muscular da panturrilha, podem ser necessários cerca de 120ml, aplicados de uma vez ou em etapas.
É fundamental que o PMMA seja administrado por profissionais médicos capacitados, que determinam a quantidade e a forma de aplicação de acordo com as características do paciente e as necessidades do tratamento. A Anvisa reforça que o produto não deve ser utilizado para aumentar o volume de áreas corporais como os glúteos, apenas para correções específicas.
A etiqueta de rastreabilidade é um documento essencial que acompanha o PMMA e deve conter informações como número de registro, lote, fabricante, entre outros. Essa etiqueta é obrigatória para procedimentos cirúrgicos e permite o monitoramento do produto ao longo do tempo, facilitando ações regulatórias em caso de eventos adversos.
A Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) alerta para os riscos de intervenções estéticas realizadas por profissionais não médicos, como dentistas, biomédicos e fisioterapeutas, que podem resultar em complicações graves. Procedimentos como aplicação de PMMA no rosto e ácido hialurônico para rinomodelação são listados como potencialmente perigosos quando não realizados por médicos habilitados.
Em conclusão, a regulamentação e a fiscalização rigorosas são essenciais para proteger os pacientes que optam por procedimentos estéticos. O uso do PMMA deve ser criteriosamente avaliado por profissionais qualificados, respeitando as indicações específicas e garantindo a segurança e eficácia dos tratamentos.